São dois conceitos ajuntados simbioticamente em um terceiro... Quem sabe uma relação dialética entre uma Aprendizagem Colaborativa que se apresentaria qual uma tese, e o Computador, concebido para ter as respostas prontas, tão logo lhe seja solicitada, antitética à construção da primeira, mas como somos seres humanos, sociais per si, relegamos à máquina do milênio a simples função assistencial da mais importante ação humana: a da construção do conhecimento que se faz síntese neste diálogo.
Aprendizagem Colaborativa poderia ser definida enquanto métodos e técnicas de aprendizagem, compartilhadas por um determinado grupo objetivando a aprendizagem de todos com a colaboração de cada um, independente de sua função nele. Tal ação, ou elenco de ações, ou, melhor ainda, (inter)ações se dão através de um conjunto de conhecimentos prévios inerentes a cada componente, adquiridos socialmente em seus diversos grupos de convívio. Cada papel social exercido, em cada ambiente de convivência, deve ser constantemente desequilibrado, e, ao buscar a reequilibração deste, algo é assimilado e será transformado em desequilibrador para outro ambiente social. Este motocontínuo levará os diversos conjuntos de pessoas de sua convivência a compartilhar estes e outros saberes, em constante (des)(re)equilibrar possibilitando um rearranjo cognoscível inter-relacional com centro irradiador em cada indivíduo envolvido direta ou indiretamente.
Neste sentido vem, com o computador e mais, com a rede mundial de computadores, um novo nó, por onde se ligam outros centros irradiadores, tecendo assim uma teia de conhecimentos e interesses dos mais distintos, mas que podem se tocar em áreas de intersecção, permitindo ao assunto ser abordados em seus mais distintos vieses, abrangidos por uma ampla diversidade cultural. Sendo assim, o computador passa a estar em seu devido lugar, o da ferramenta dominada pelo usuário, é o pressuposto kubrickiano do HAL9000, que domina o destino da nave de 2001, mas não o do homem que com o mais simples dos instrumentos da inteligência humana, uma chave de fendas simplesmente o desliga, mantendo a hegemonia da espécie sapiens.
Mas por que toda essa filosofia para descrever um processo tão simples quanto o da aprendizagem colaborativa?
Porque por mais complexo que seja o desafio apresentado, o monolito de 2001, pode ser transposto pela colaboração, por mais engenhosos que sejam os instrumentos de averiguação, não podem competir com a simplicidade de uma chave de fendas... Por mais enrolados que sejam os problemas apresentados, não resistirão às circunvoluções cerebrais humanas, muito menos quando agem em redes de pensamentos advindas das mais longínquas estâncias do saber cultural do homem.
Grande abraço,
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Prof. Milton JB Sobreiro
Licenciado em Ciências Sociais
Especializando em Educação a Distância
Designer Instrucional
Coordenador de Pólo Presencial – Eadcon